sábado, julho 01, 2006

As meias finais já estão definidas: Alemanha-Itália e Portugal-França. Como já sabem aquilo que penso acerca destas equipas, este post procura debruçar-se sobre o grande ausente destas meias-finais: o ainda campeão em título Brasil.
O que falhou na selecção brasileira e que acabou por resultar numa prestação global fraca? Na minha opinião, três coisas:

1- Sistema táctico

O suposto "quadrado mágico" do qual muito se esperava falhou redondamente. O técnico Carlos Alberto Parreira optou por um Brasil "europeizado", no qual táctica era palavra de ordem e a liberdade e o risco quase nem deviam existir. Jogando num sistema que praticamente se cifra num 4x2x2x2, o jogo do Brasil, que não contava com extremos e com a subida dos laterais, ficou completamente afunilado. Além disso, ao optar por dois atacantes de características muito semelhantes, Parreira apenas propiciou a anulação de ambos: Ronaldo e Adriano são ambos finalizadores, mas que precisam de alguém capaz de destabilizar a defesa adversária de modo a que possam finalizar. A entrada de Robinho para o lugar de um deles era imperativa

2- Sub-rendimento

Alguns jogadores não conseguiram explanar todo o seu futebol no Alemanha'2006. Ronaldinho foi uma miragem, confirmando um apagão que já se começava a notar no seu final de época no Barcelona; os três golos de Ronaldo no Mundial não disfarçam a sua má forma, perturbada por um peso excessivo; Cafú e Roberto Carlos, confinados tactica e fisicamente, também não cumpriram. Talvez tenha chegado a hora de renovar alguns sectores do escrete. No fim de contas, salvam-se os centrais (imagine-se!), Dida e Kaká, o único que pareceu estar ao nível que se esperava

3- Mau planeamento

Á falta de melhor, é isto que eu chamo a todo o "background" que envolveu a participação do Brasil no Mundial: excesso de confiança, treinos negligentes (aos quais Parreira quase nem assistia) e alguns episódios estranhos. Coincidência ou não, a dispensa de Edmilson após a briga com Adriano não parece ter sido causada por uma lesão, pois não se notou nada no jogador no último jogo de preparação. Os jogos de preparação, aliás, não podem ter preparado coisa nenhuma dado o baixíssimo nível das equipas que o Brasil defrontou

No fim de contas, fica a certeza de que o ceptro será conquistado por uma equipa europeia, confirmando a tendência de que nos Mundiais europeus ganham as equipas do Velho Continente.