quarta-feira, julho 19, 2006



Claques

O conceito de claque, nos últimos tempos, encontra-se seriamente deturpado. Infelizmente, esta palavra aparece frequentemente associada a distúrbios, confusões e violência, e criou-se a tendência de pensar que ambas são sinónimos. Na verdade, não têm nada a ver; uma claque é muito simplesmente um grupo de pessoas que se junta com a finalidade de apoiar uma determinada colectividade ou causa.
Nada tenho contra as claques; mas tenho muito contra os indivíduos que deturpam toda essa noção, adoptando um comportamento violento em que semear destruição e agredir os adeptos da equipa adversária são códigos de conduta e de honra. O pior é que pouco ou nada se fez e faz para reprimir estes comportamentos, e a iniciativa devia partir dos próprios clubes que são apoiados por claques desordeiras. Chegou-se ao cúmulo de um certo chefe de claque (embora toda a gente saiba quem é, não direi o nome) publicar um livro onde descreve alegremente (e por incrível que pareça, com orgulho) todas as tropelias que fez, faz e planeia fazer nas ocasiões em que acompanha o seu clube, muitas delas passíveis de prisão.
Por aquilo que podemos observar nos jogos, percebemos que as claques são capazes de proprocionar um espectáculo bonito de se ver nas bancadas através das suas coreografias, músicas e cartazes, às vezes dotados de uma imaginação e beleza estética notáveis; o pior é que esse espectáculo é logo estragado por outro mais feio: rixas, lutas, confrontos com a polícia, ferimentos e, por vezes, morte.