A nova proposta
Em 2004, o organismo máximo do futebol europeu, a UEFA, lançou uma proposta relacionada com a circulação de jogadores. O objectivo principal é combater as actuais discrepâncias que resultaram da lei Bosman, um acordo instituído em 1995 que permite a livre circulação de jogadores. Ao abolir o número limite de estrangeiros no plantel que dantes era imposto às equipas, a lei Bosman provocou um verdadeiro rebuliço no mercado de transferências que causou uma subida astronómica dos preços das aquisições e dos salários oferecidos.
Esta nova lei, que deverá entrar em vigor a partir da época 2007/2008, salvo se houver algum retrocesso nas conversações, determina que todos os plantéis e listas de convocados para os jogos devem apresentar pelo menos 7/8 jogadores que tenham sido formados no clube. No entender da UEFA, tal medida irá ajudar ao desenvolvimento da formação de futebolistas em toda a Europa, diminuir o número de estrangeiros nos plantéis e reduzir o fosso qualitativo entre os clubes mais ricos e os restantes.
A medida parece interessante, mas levanta algumas dúvidas. Em primeiro lugar, porque pode criar um novo fosso, desta vez entre as equipas que tenham projectos de formação sólidos e as que não têm possibilidade de os ter. Em segundo lugar, o predomínio financeiro não deixará de existir: os clubes podem simplesmente optar por contratar atletas promissores cada vez mais jovens e continuarem a sua formação. É o caso de Juan Carlos Chera e Erik Lamela, jogadores que foram cobiçados por clubes europeus tendo apenas 9 e 12 anos respectivamente. As emigrações de jogadores em tão tenra idade seria certamente polémica e os clubes ficariam privados ainda mais cedo dos seus "diamantes". Além disso, apostar em jogadores muito jovens não é totalmente seguro: se recordarmos a selecção de Portugal que venceu o Mundial de Juniores em 1991, verificamos que muitos deles, como Toni, Tulipa, Gil e outros, passaram ao lado de carreiras de sucesso; e que no meio de nomes como Luís Figo, Rui Costa ou João Vieira Pinto, aquele que suscitava mais atenção era o de Emílio Peixe, cuja carreira foi consideravelmente menos notável que as dos jogadores mencionados.
Em suma, resta-nos desejar que, caso a medida seja mesmo implementada, a mesma se traduza em mais equilíbrio e maior espectáculo.
Em 2004, o organismo máximo do futebol europeu, a UEFA, lançou uma proposta relacionada com a circulação de jogadores. O objectivo principal é combater as actuais discrepâncias que resultaram da lei Bosman, um acordo instituído em 1995 que permite a livre circulação de jogadores. Ao abolir o número limite de estrangeiros no plantel que dantes era imposto às equipas, a lei Bosman provocou um verdadeiro rebuliço no mercado de transferências que causou uma subida astronómica dos preços das aquisições e dos salários oferecidos.
Esta nova lei, que deverá entrar em vigor a partir da época 2007/2008, salvo se houver algum retrocesso nas conversações, determina que todos os plantéis e listas de convocados para os jogos devem apresentar pelo menos 7/8 jogadores que tenham sido formados no clube. No entender da UEFA, tal medida irá ajudar ao desenvolvimento da formação de futebolistas em toda a Europa, diminuir o número de estrangeiros nos plantéis e reduzir o fosso qualitativo entre os clubes mais ricos e os restantes.
A medida parece interessante, mas levanta algumas dúvidas. Em primeiro lugar, porque pode criar um novo fosso, desta vez entre as equipas que tenham projectos de formação sólidos e as que não têm possibilidade de os ter. Em segundo lugar, o predomínio financeiro não deixará de existir: os clubes podem simplesmente optar por contratar atletas promissores cada vez mais jovens e continuarem a sua formação. É o caso de Juan Carlos Chera e Erik Lamela, jogadores que foram cobiçados por clubes europeus tendo apenas 9 e 12 anos respectivamente. As emigrações de jogadores em tão tenra idade seria certamente polémica e os clubes ficariam privados ainda mais cedo dos seus "diamantes". Além disso, apostar em jogadores muito jovens não é totalmente seguro: se recordarmos a selecção de Portugal que venceu o Mundial de Juniores em 1991, verificamos que muitos deles, como Toni, Tulipa, Gil e outros, passaram ao lado de carreiras de sucesso; e que no meio de nomes como Luís Figo, Rui Costa ou João Vieira Pinto, aquele que suscitava mais atenção era o de Emílio Peixe, cuja carreira foi consideravelmente menos notável que as dos jogadores mencionados.
Em suma, resta-nos desejar que, caso a medida seja mesmo implementada, a mesma se traduza em mais equilíbrio e maior espectáculo.
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