quinta-feira, novembro 09, 2006


Depois do Euro...vem aí um Mundial?

Gilberto Madaíl acaba de anunciar a intenção de propor uma candidatura portuguesa para a organização do Mundial'2018, ano em que o certame regressa à Europa por via da regra da rotatividade imposta pela FIFA.
Dois anos depois do belíssimo sucesso conseguido com o Euro'2004, no que diz respeito à organização, levanta-se a hipótese de um desafio ainda maior. Os portugueses certamente terão boas recordações do Euro'2004 realizado em casa: apesar do desaire na final, viveram-se dias de festa e durante um mês todos os olhos estiveram postos em Portugal. A atmosfera de alegria e folia vivida nas ruas era espectacular e, de um certo modo, a rotina diária dos portugueses ficou subitamente mais agradável de cumprir.
Além disso, a organização do Campeonato da Europa dotou o país de infra-estruturas que, se para um Euro pecaram por exageradas (8 estádios eram mais que suficientes), para um Mundial são uma base muito sólida. Obviamente, seriam necessários mais estádios e a competição está sempre sujeita a um alargamento no número de equipas - embora ultimamente tenha-se equacionado uma redução. Como tal, não é fácil determinar exactamente o que faltará em termos de infra-estruturas para um Mundial.
Contudo, há que ser realista. Foi óptimo ter cá o Euro; mas a qualidade de vida do povo não melhorou com isso. Economicamente, muitos poderão considerar uma afronta levantar-se sequer a hipótese de organizar um Mundial, tendo em conta a situação financeira do país. Enquanto existirem idosos com reformas que mal dão para um mês, apenas para citar um exemplo, organizar um Mundial parece-me um passo maior que as pernas.