quinta-feira, junho 29, 2006

Marco Van Basten

Considerado como um dos melhores avançados de todos os tempos, Marco Van Basten foi enquanto jogador a personificação da expressão "predador de área". A sua eficácia era tremenda e não lhe faltavam soluções para resolver um jogo: bom jogo de cabeça, excelente controlo de bola, técnica tremenda, remate temível. Van Basten carimbou o seu nome em momentos que ficaram para a história do futebol, como os quatro golos que marcou no Milan - IFK Gotemburgo para a Liga dos Campeões 1992/1993 ou o mítico remate que desfeitiou uma lenda da baliza, o soviético Rinat Dassaev, na final do Euro'88 na Alemanha.
O fim da sua carreira, porém, foi ingrato para tão grande jogador: um carrinho provocou-lhe uma grave lesão que lhe fechou a porta da futebol enquanto jogador. João Havelange, presidente da FIFA na altura, chamou-lhe "um crime".
Marco Van Basten pode ainda hoje sentir-se revoltado pela forma como ficou impedido de fazer o que mais gostava e pode pensar que o futebol tem uma dívida para consigo, algo que não se lhe pode negar. Mas a forma de cobrar essa dívida não é colocar a selecção holandesa a praticar jogo sujo e a dar a sensação de trazer para o campo planos para lesionar um determinado jogador. Uma equipa em campo será, no fundo, a imagem do homem que a treina; no Portugal-Holanda, Van Basten deixou uma imagem que em nada faz jus ao seu passado futebolístico.

quarta-feira, junho 28, 2006

Aqui vai um pequeno olhar pessoal sobre as equipas que compõem os quartos de final do Mundial'2006:

Alemanha - Tem supreendido muito pela positiva, sobretudo por já não ser a típica máquina de futebol fria. A renovação da equipa levada a cabo por Klinsmann conferiu um novo estilo aos alemães, bastante mais agradável aos olhos do espectador. Apresenta-se como candidata ao ceptro e não apenas por ser o anfitrião

Argentina - Tidos como grandes candidatos por causa do seu desempenho na fase de grupos, a selecção alviceleste desiludiu no seu encontro com o México, onde não conseguiu apresentar um bom nível de jogo. Mau jogo apenas ou quebra de forma? O tempo o dirá, mas os comandados de Pekerman são indiscutível um adversário a temer

Itália - Já se disse tudo o que se podia dizer acerca do futebol italiano: cínico, frio, eficaz. E os oitavos de final provaram isso mesmo. A Itália é aquela caixa de surpresas que pode resolver qualquer jogo a qualquer momento. Gattuso tem sido uma autêntica máquina no centro do terreno e Gilardino ainda vai a tempo de confirmar as suas credenciais de grande avançado. Buffon, por sua vez, mostra-se quase intransponível

Ucrânia - Uma possível surpresa. Shevchenko e seus pares deram a volta a um início de Mundial quase catrastrófico e pé ante pé chegam aos quartos de final. Uma belíssima estreia para os pupilos de Blokhin que certamente ainda podem dar muito a este Mundial

Inglaterra - As exibições não têm sido as melhores, mas os resultados, apesar de mínimos, já levaram os jogadores da terra de sua Majestade até aos oito melhores. O meio campo impõe respeito com dois jogadores de classe mundial (Gerrard e Lampard) e Beckham pode sempre resolver as coisas de bola parada, lances fulcrais no futebol moderno

Portugal - A selecção das quinas tem-se revelado muito sólida e consistente. Os erros de bastidores do passado não foram repetidos e os resultados estão à vista. Portugal é neste momento uma equipa respeitada com legítimas aspirações ao título mundial. Figo tem estado num nível elevado e certamente não faltará mercado a Maniche após o Mundial

Brasil - Tarda em convencer. Apontados quase unanimemente como os grandes favoritos, os resultados têm sido (bem) melhores que as exibições. Apesar da subida de forma contra Japão e Gana, Ronaldo continua uma incógnita e a teimosia de Parreira, bem como o sistema táctico até agora incongruente podem deitar por terra o sonho do hexa

França - Ex-campeões mundiais e europeus, os bleus parecem afectados por uma estranha letargia que dura desde o Mundial'2002. Apurados à tangente para os oitavos, demonstraram uma eficácia inesperada contra a Espanha. Ainda são poucos os que acreditam num bicampeonato francês, mas Zidane e seus pares certamente não se esqueceram de como se joga futebol. É esperar para ver

Prognósticos? Passam quatro e esses quatro disputam as meias finais. Não me atrevo a adiantar mais nada.
Bola ao quadrado. Embora o título pareça uma parvoíce, a minha cabeça não deu para mais. Aqui têm um espaço dedicado ao desporto-rei, onde vos convido a comentar, propor temas ou até enviar artigos que terei todo o gosto em publicar (desde que sejam isentos, claro).
Todos conhecem a minha preferência clubística (FCP, para quem não sabe), mas aqui faço a solene promessa de que essa preferência não influenciará o conteúdo dos meus posts, pois não tenciono ofender ninguém. Acima de tudo, espero que se divirtam a ler o que aqui escrevo e desde já agradeço a todos aqueles que estiverem dispostos a dispensar um pouco do seu tempo a visitar este blog.
Obrigado,

F. Júnior